Mato Grosso do Sul segue entre os estados mais violentos para mulheres no Brasil. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (24), o Estado ocupa a segunda posição nacional em taxa de feminicídios, com 2,4 mortes a cada 100 mil habitantes do sexo feminino em 2024. Mato Grosso lidera o ranking, com 2,5.

No total, 35 mulheres foram mortas por razão de gênero em Mato Grosso do Sul neste ano. Apesar do número absoluto ser menor que o registrado em estados mais populosos, como São Paulo (253) e Minas Gerais (163), a taxa proporcional evidencia a gravidade do cenário sul-mato-grossense.

O levantamento também aponta que 62,7% dos homicídios de mulheres no Estado foram classificados como feminicídios, a maior proporção do país. O Distrito Federal aparece logo atrás, com 65,7%.

A lei nº 14.994/2024, que transformou o feminicídio em crime autônomo, e não mais como qualificadora do homicídio, também é destacada no relatório, uma vez que alguns estados ainda estão adaptando suas estatísticas a essa nova tipificação.

Crescimento e cenário atual

Comparado a 2023, Mato Grosso do Sul registrou um aumento de 15,7% nos feminicídios, passando de 30 para 35 vítimas. A alta foi a maior da região Centro-Oeste, enquanto Mato Grosso teve crescimento de apenas 0,5%. Por outro lado, as tentativas de feminicídio tiveram queda de 27,8% no Estado no mesmo período.

Em 2025, já foram confirmadas 18 mortes de mulheres por feminicídio em Mato Grosso do Sul, entre 1º de janeiro e esta quarta-feira (23). Campo Grande soma quatro casos. Os demais ocorreram em Água Clara, Angélica, Caarapó, Cassilândia, Coronel Sapucaia, Corumbá, Costa Rica, Dourados, Glória de Dourados, Itaquiraí, Juti, Maracaju, Nioaque e Sidrolândia, com um caso cada.