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MS: Juiz precisaria de 35 anos de salário para pagar fazenda que negociou.

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  • Silvana Nadir Garcia Machado MTE - 103/MS
  • 27/06/2025

Por: Correio do Estado

As movimentações financeiras do juiz também chamaram atenção. Ele teria recebid.o vultosas transferências da Frizelo Frigoríficos Ltda., empresa já citada em reportagens sobre pagamentos de propina a Aldo Ferreira da Silva Júnior.  A suspeita do CNJ é de que Paulo Afonso tenha lavado dinheiro por meio de atividades agropecuárias, registrando operações com dinheiro em espécie e sem lastro contábil. Em sua defesa, o magistrado alegou que a proposta da fazenda foi apenas uma cogitação e que desistiu da aquisição após queda no preço da arroba do boi gordo, principal fonte de receita da sua atividade rural. 

 

Ainda assim, o CNJ entendeu que a simples intenção de adquirir um bem de tal valor, diante da incompatibilidade de renda, já seria suficiente para justificar a abertura de processo administrativo disciplinar e a manutenção de seu afastamento. O caso integra o rol de investigações da chamada “Operação Ultima Ratio” e revela a complexidade do suposto esquema envolvendo decisões judiciais em troca de benefícios. O CNJ apura a ligação entre o juiz e advogados beneficiados por suas decisões, além da possibilidade de recebimento de vantagens indevidas por meio de terceiros.

Paulo Afonso foi afastado de suas funções em outubro do ano passado, logo após a deflagração da Operação Ultima Ratio, primeiramente por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e depois, em dezembro de 2024 e em fevereiro último, por determinação do CNJ. O processo disciplinar segue em curso, e Paulo Afonso pode ser punido com aposentadoria compulsória ou até mesmo com a perda definitiva do cargo.

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