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Tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros é "inaceitável", diz presidente da Fiems.

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  • Silvana Nadir Garcia Machado MTE - 103/MS
  • 10/07/2025

Por: Assessoria

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados ao país, a partir de 1º de agosto, gerou preocupação no setor produtivo de Mato Grosso do Sul. O presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, classificou a medida como “inaceitável” e defendeu o diálogo como única alternativa para evitar prejuízos econômicos e manter a competitividade da indústria nacional. “Temos defendido a competitividade da indústria brasileira. Sobretaxar neste momento é algo difícil, é inaceitável nesses padrões. Entendemos que o presidente americano vem utilizando dessa estratégia em diversos países e chegou a vez do mercado brasileiro”, afirmou Longen.

 

Segundo ele, uma retaliação tarifária por parte do Brasil não é o melhor caminho. “Não adianta de nada iniciarmos uma guerra tarifária. Precisamos propor, sentar à mesa e buscar uma solução democrática”, acrescentou. Conforme dados do Observatório da Indústria da Fiems, os Estados Unidos foram o segundo principal destino das exportações sul-mato-grossenses no primeiro semestre de 2025, atrás apenas da China. Entre janeiro e junho, o estado embarcou U$ 315,9 milhões em produtos para o mercado americano, um crescimento de 11% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

Produtos como carne bovina, ferro fundido e celulose — que representam mais de 80% das exportações do Estado aos EUA — estão entre os mais impactados. No caso do ferro fundido, os Estados Unidos são o principal destino.“Mato Grosso do Sul será afetado, claro. Temos aí cerca de 320 milhões de dólares já exportados neste ano. Esses três segmentos serão diretamente impactados pela tarifa”, alertou Longen.A Fiems já iniciou articulações com outras entidades da indústria. Longen afirmou ter conversado com o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban, para tratar do tema.

 

“Entendemos que a indústria nacional será afetada com essa sobretaxa, mas precisamos estimular o diálogo, que é a única forma de chegarmos a um consenso. Essa é uma questão que envolve os dois países e os dois precisam sentar à mesa para discutir os impactos dessa medida com seriedade. Mas defendemos que esse não seja um critério utilizado para interromper o crescimento da indústria em 2026”, finalizou.

 

Entenda

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira, 9, tarifas de 50% sobre produtos importados do Brasil, com início a partir de 1º de agosto. Mais cedo, ele havia dito que o País não tem sido bom para os EUA e que deveria anunciar novas tarifas sobre produtos brasileiros até quinta-feira, 10.O republicano argumentou que o nível da taxa se dá por ordens judiciais que “censuram” mídias sociais americanas e inibem a liberdade de expressão de cidadãos dos EUA. Segundo Trump, esses ataques do Brasil partem do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

No documento publicado na Truth Social, o presidente pontua a cláusula de retaliação e ameaça elevar ainda mais as tarifas caso o país responda com medidas semelhantes. “Se por qualquer razão vocês decidirem aumentar suas tarifas, o valor que escolherem será somado ao (valor) que cobramos”, diz o texto.Mais cedo, ele afirmou que o Brasil “não tem sido bom para nós”. A declaração foi dada em entrevista à imprensa durante um almoço multilateral com líderes africanos na Casa Branca.

 

Na noite de terça-feira, 8, ele voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em publicação em sua rede social Truth Social, o americano classificou novamente as investigações contra Bolsonaro como “caça às bruxas” e pediu que ele seja deixado em paz. Foi a segunda vez em dois dias que Trump saiu em defesa do brasileiro. “Deixem o Grande ex-presidente do Brasil em paz. CAÇA ÀS BRUXAS!!!”, escreveu. A mensagem citou a primeira publicação de Trump em defesa de Bolsonaro, publicada na segunda-feira, 7. Na ocasião, Trump escreveu que as ações judiciais contra Bolsonaro são ataques políticos e que o Brasil está fazendo algo “terrível” contra o ex-presidente.

 

Na segunda-feira, 7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil é um “país soberano” que não aceita “interferência ou tutela de quem quer que seja“. Na terça-feira, 8, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou que existe um “grau de incerteza” nas declarações do presidente dos Estados Unidos sobre elevação de tarifas que precisa ser avaliada ao longo do tempo. Ele reforçou que o Brasil está focado em promover um trabalho técnico junto ao governo norte-americano.

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