A colheita do milho safrinha em Mato Grosso do Sul está atrasada este ano. Levantamento da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho) aponta que, até o dia 27 de junho, apenas 6,2% da área plantada havia sido colhida, percentual muito inferior ao registrado no mesmo período da safra passada, quando 15,3% da área já havia sido colhida.

Segundo o assessor técnico da Aprosoja/MS, Flavio Faedo Aguena, o atraso está diretamente ligado ao excesso de chuvas, que manteve os grãos com alta umidade, dificultando o início da colheita. Outro fator de impacto foram as geadas registradas na quarta semana de junho, que causaram perdas de 10% a 30% em cerca de 18 mil hectares localizados nas regiões centro e sul do Estado. “Vamos continuar monitorando esses fenômenos”, afirmou Aguena.

Apesar do atraso, o milho está em fase de desenvolvimento reprodutivo na maior parte do Estado, com boas condições nas lavouras do nordeste, norte, oeste, centro, sul e sudoeste, onde os índices de áreas consideradas boas variam entre 78,6% e 92,8%. As áreas classificadas como regulares nessas regiões oscilam entre 1% e 19,5%, e as ruins chegam a 9,7%.

O cenário é mais preocupante nas regiões sudeste e de fronteira, onde os percentuais de lavouras ruins alcançam até 18,5%. Nessas localidades, as lavouras em situação regular variam entre 20,7% e 35,7%, enquanto o percentual de lavouras em boas condições é mais baixo, entre 56,5% e 60,8%.

Mesmo com as perdas localizadas e o atraso, a expectativa de produção segue positiva. A estimativa da Aprosoja/MS indica um pequeno aumento de 0,1% na área plantada em relação ao ciclo anterior, totalizando 2,103 milhões de hectares. A projeção é de uma média de 80,8 sacas por hectare, mantendo o padrão produtivo das últimas safras no Estado.