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Novo painel da Cidadania revela realidade da população idosa em MS e orienta políticas públicas.

- Silvana Nadir Garcia Machado MTE - 103/MS
- 04/08/2025
Com o objetivo de fortalecer a
construção de políticas públicas baseadas em evidências, o Governo do Estado de
Mato Grosso do Sul, por meio da SEC (Secretaria de Estado da Cidadania), lançou
o Painel das Pessoas Idosas, ferramenta inédita desenvolvida pelo Observatório
da Cidadania de MS, em parceria com a UFMS.
A plataforma reúne dados sobre a realidade da população com
60 anos ou mais nos 79 municípios do estado, abordando temas como expectativa
de vida, saúde, moradia, alfabetização, mercado de trabalho, condições de
saneamento e violações de direitos humanos. As informações são apresentadas de
forma interativa, com gráficos e filtros por faixa etária, gênero, raça/cor e
localidade, e têm como fontes o IBGE, DATASUS, Disque 100, entre outras bases
oficiais.
Durante o lançamento,
realizado na sede da Pró-Reitoria de Cidadania e Sustentabilidade da UFMS, na
quarta-feira (30), o vice-reitor da universidade, Albert Schiaveto de Souza,
destacou o papel da academia na produção e aplicação do conhecimento. “As universidades
são a casa da produção de dados e informações de qualidade. Quando conseguimos
associar esse trabalho aos órgãos públicos, potencializamos políticas públicas
que atendem melhor à nossa comunidade. O Observatório da Cidadania é um exemplo
disso, e a UFMS tem muito orgulho em colaborar com essa iniciativa liderada
pelo professor Samuel Oliveira.”
Representando o Conselho
Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa de Mato Grosso do Sul, a
presidente Irma Macário reforçou a importância do painel para os debates das
conferências que acontecem este ano. “Estamos finalizando as conferências
municipais e prestes a realizar a conferência estadual em setembro. Esses dados
serão fundamentais para embasar nossas propostas e melhorar as políticas públicas.
Além dos números, eles traduzem vivências e ajudam a evidenciar aquilo que
muitas vezes não conseguimos mensurar apenas com a escuta.”
Para o secretário-adjunto da Cidadania, José
Francisco Sarmento, o painel reforça o compromisso do Governo do Estado com uma
gestão pública qualificada e guiada por dados. “A população idosa cresce a cada
ano e é urgente termos políticas alinhadas com essa realidade. Esse painel nos
mostra onde estão os desafios: moradia, educação, saúde, saneamento. A gestão
pública precisa ser qualificada, e os dados são o nosso maior instrumento para
isso. A parceria com a UFMS tem nos ajudado a transformar informação em ação, e
o Governo do Estado está comprometido com esse processo”, afirma.
Painel das Pessoas Idosas
O painel permite aos usuários ter uma visão geral
do estado e conhecer a realidade de cada um dos 79 municípios individualmente
de forma visual e dinâmica abordando temáticas relacionadas a qualidade de
vida. E ainda, possui uma página com informações sobre os conselhos e fundos
municipais dedicados a população idosa.
“O Brasil e o Mato Grosso do
Sul estão envelhecendo, precisamos nos conscientizar dessa realidade e
identificar as necessidades que ainda precisam ser atendidas. O envelhecimento
é um processo que atravessa gerações e exige escuta e compromisso coletivo para
melhorar a qualidade de vida das pessoas. Ao dar visibilidade aos dados por
meio de um painel, estamos buscando evidenciar o atual cenário para que ações
sejam promovidas no sentido de atender às necessidades das pessoas idosas e
fortalecer o compromisso com a cidadania e os direitos humanos no estado”,
explica o coordenador do OCMS, professor Samuel Oliveira.
Envelhecimento em números De 2010 a 2022, a
população 60+ em MS cresceu de 239,3 mil para 391,1 mil pessoas — um aumento de
63%. O maior crescimento proporcional ocorreu entre pessoas idosas
autodeclaradas pretas, cujo número mais que dobrou no período.
Alfabetização A taxa de alfabetização
entre pessoas com 60 anos ou mais é de 94,61% no estado. Apenas 10 municípios
superam essa média.
Expectativa de vida As mulheres vivem, em
média, quatro anos a mais que os homens sul-mato-grossenses — e dois anos a
mais que a média nacional. A faixa etária com maior vulnerabilidade a doenças
como Zika e Dengue é a de 60 a 64 anos.
Moradia e infraestrutura Mais de 40 mil
pessoas idosas vivem em imóveis alugados, e cerca de 124 mil declararam não ter
banheiro ou sanitário em casa. A maioria delas se autodeclara parda, preta ou
indígena.
Trabalho Em 2024, houve redução
de 2.413 postos formais ocupados por pessoas com 65 anos ou mais. A maioria dos
desligamentos e admissões ocorreu entre homens com ensino médio completo.
Violações de direitos As mulheres
representam 67,4% das vítimas de violações contra pessoas idosas no Brasil. A
faixa etária mais atingida é a de 70 a 74 anos.
Conselhos e fundos O Estado possui 58
Conselhos Municipais da Pessoa Idosa ativos, mas ainda existem 8 inativos e 13
municípios sem Fundo Municipal — mecanismo fundamental para financiamento de
ações. O Painel das Pessoas Idosas está disponível no site do Observatório da Cidadania
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