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Municípios mais ricos do agro em MS têm baixa qualidade de vida, aponta estudo,

- Silvana Nadir Garcia Machado MTE - 103/MS
- 15/08/2025
Por: Correio do Estado
Apesar de Mato Grosso do Sul
ser uma das potências agrícolas do Brasil, com municípios que figuram entre os
maiores produtores de grãos, carne e celulose do País, a riqueza gerada pelo
campo não chega de forma proporcional à população rural.
Levantamento inédito da Agenda
Pública, divulgado pelo jornal Valor Econômico, revela que 8 municípios
sul-mato-grossenses estão na lista dos 50 com maior Produto Interno Bruto (PIB)
agropecuário do Brasil, e todos registram índices de qualidade de vida no campo
abaixo de 0,6, numa escala de 0 a 1, limite que marca o patamar de alto
desenvolvimento.
O estudo deixa claro que nem o
tamanho da economia agropecuária nem a população explicam de forma robusta o
desempenho nos indicadores. Ou seja, a riqueza gerada no campo não tem se
traduzido em desenvolvimento social na mesma intensidade.
Entre os municípios de MS, a
classificação é a seguinte: Ribas do Rio Pardo (0,54) e Rio Brilhante (0,53)
aparecem com os melhores resultados do Estado, seguidos por Três Lagoas (0,50)
e Costa Rica (0,50). Logo depois vem Ponta Porã (0,49) e Sidrolândia (0,49).
Maracaju (0,48), polo consolidado de grãos, fica aquém do patamar
intermediário, e Dourados (0,43) desponta tem um dos piores índices do
País.
A média simples dos oito
municípios de MS é de 0,49, um desempenho que reforça a distância entre o que o
agronegócio arrecada e a vida real de quem mora e trabalha no meio rural.
Conforme a publicação, o
Índice de Condições de Vida (ICV) considera variáveis como saúde, educação,
infraestrutura, proteção social e gestão pública. A conclusão central do estudo
é de que o tamanho da economia agropecuária não garante, por si só, bem-estar
para a população.
Das 50 cidades com maior PIB
agropecuário no Brasil, 31 estão no Centro-Oeste, região onde o cultivo de soja
e milho domina as receitas e as exportações. Mato Grosso lidera o ranking, mas
Mato Grosso do Sul também ocupa posição relevante.
Ainda assim, os indicadores
sociais revelam que, mesmo em polos exportadores consolidados, as comunidades
rurais seguem com deficit histórico em serviços básicos.
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